O SURGIMENTO DO CRISTIANISMO EM ALEXANDRIA
Uma tradição muito antiga assegura que o primeiro cristão que chegou a Alexandria para predicar a nova religião foi São Marcos. Este sucedia no ano 61 de nossa era. A mesma tradição conta que o primeiro cristão convertido foi Aniano, de ofício, sapateiro. São Marcos curou-lhe a ferida de uma mão e ao mesmo tempo falou-o do significado do cristianismo. Desde esses tempos de predicação, os cristãos de Alexandria e do resto do Egito mantiveram uma grande tradição evangélica. São Marcos foi perseguido sob o mandato do imperador Neroque no ano 62 foi martirizado e morto. Desde então até a época do imperador Trajano (começo do século II), os cristãos tiveram que ocultar suas crenças, ameaçados pelas perseguições. A partir deste momento se permitiu com tolerância estender-se por toda a cidade de Alexandria e pouco a pouco, ao longo de todo o vale do Nilo.
No século II, Panteno e, posteriormente, Clemente de Alexandria e seu discípulo Orígenes estabeleceram nesta cidade um verdadeiro seminário de teólogos, até tal ponto que o resto da cristandade os olhava com certo receio. É o que se conhece como Escola Catequética de Alexandria. Ao chegar o século IV, com o imperador Constantino I o Grande; existiam graves dissenções cristãs no Norte da África e em Alexandria. As tensões com o resto da comunidade cristã conduziram ao cisma com a aparição demasiada do presbítero Ário e sua doutrina o arianismo. Por esta razão, o imperador convocou o concílio de Niceia, onde se estabeleceram as bases do credo (declaração resumida da fé cristã).
Por outra parte, se desencadeou uma aberta rivalidade entre as duas cidades mais importantes do momento: Constantinopla e Alexandria. Esta rivalidade afetou bastante aos eternos debates teológicos sobre a natureza ou naturezas de Cristo. Era a “guerra” entre os monofisitas e os ortodoxos da Calcedônia.
Porém as lutas e disputas entre cristãos continuaram sem retificação e já no século VI, no ano 553, no segundo concílio de Constantinopla, com o imperador romano Justiniano I à frente, foi declarada herética a ortodoxia dos cristãos de Alexandria que seguiam enfrentando os cristãos de Calcedônia. Nos últimos anos de mandato deste imperador, os monofisitas da Síria começaram a organizar sua igreja separada do resto dos cristãos, com uma estrutura própria.
Quando o povo árabe muçulmano chegou ao plano de conquista do Egito no ano 641, deram o nome de qubt ao cristão de Alexandria. Esta é a palavra que conhecemos como copta. O símbolo da cruz de Cristo começou a se usar em Alexandria, entre os cristãos coptas. Foi um costume que nasceu ali; o qual se sabe que não existia nas catacumbas nem no lábaro de Constantino, que levava um cristograma.