quinta-feira, 24 de março de 2016





A esfinge grega tem cabeça e seios de mulher,
asas de pássaro e corpo e pés de leão.
Outros lhe atribuem corpo de cachorro e cauda de serpente.
Conta-se que devastava o país de Tebas, propondo enigmas aos homens
e devorando os que não sabiam resolvê-los.
(Jorge Luis Borges, O Livro dos Seres Imaginários)


Verdadeira simbologia de Baphomet

Baphomet é a representação do absoluto.

A tocha entre os dois cornos representa a inteligência do equilíbrio do ternário, é a luz do equilíbrio universal, é também a figura da alma elevada acima da matéria embora esteja presa a matéria assim como a chama está presa a tocha.

A cabeça bode de com traços de cão, e de touro, representam a responsabilidade da matéria. O cão, o touro e o bode, são os três animais simbólicos da magia hermética na qual são resumidas todas as tradições egípcias e indianas. O cão é o Hermanúbis, o mercúrio dos sábios, o fluido o ar e a água. O touro é a Terra ou o sal dos filósofos. O bode é o fogo, é o símbolo da geração o enxofre, sua representação também é feita pelo leão.

Nesse ponto toda a magia e a cabala compartilham da mesma opinião porem o bode é dividido em dois, o bode imolado e o bode emissário.

Baphomet trás em sua testa um pentagrama com a ponta voltada para cima, isso já basta para fazer dele um símbolo de luz, o símbolo do microcosmo representa nessa circunstancias a inteligência humana que colocado por baixo da tocha faz da tocha a imagem de toda a revelação divina.

Suas mãos são humanas e representam a santidade do trabalho, ele faz com as mãos o sinal do ocultismo, assim com uma apontando acima e outra abaixo recomenda o mistério aos iniciados. Ele mostra duas meias-luas a branca que está acima é chesed e o bem, a que está abaixo é negra, é geburah, também é o mal, as duas são exatamente iguais, elas mostram o equilíbrio perfeito entre o bem e o mal, entre a misericórdia e a justiça . Um dos braços é feminino e o outro é masculino mostrando assim a conjunção dos simbolicamente opostos como no andrógino de Kunrath. Em um está escrito solve e no outro coagula, o que nos mostra que devemos solver o fixo e coagular o volátil. O tempo é de dissolver o corpo e fixar o espírito.

“Si fixum solvas faciasque volatile fixum, Et volucrem figas, faciate vivere tutum.” ( Se solves o fixo e fixa o volátil, e prende o que tem asas, será fácil viver tudo na vida.)

A parte inferior do corpo está coberta, é a imagem do mistério da criação do universo, expresso unicamente pelo caduceu de Mercúrio no lugar do órgãos sexuais mostrando também que a vida é eterna.

O ventre o bode está coberto por escamas que tem uma cor esverdeada representando a água, pouco mais acima vemos um semi-circulo na cor azul que representa a atmosfera.

As penas na realidade são de diversas cores (verde, azul, preto, branco, amarelo e vermelho), representam todas as etapas de uma obra e são também o emblema do que é volátil.

A humanidade é representada pelos seios, símbolo de maternidade e juntamente com os braços nos mostra novamente o andrógino.

Aqui nós desmistificamos Baphomet, tiramos essa grande figura panteística das trevas.

Baphomet não é um deus ou um ídolo monstruoso, muito menos uma figura satânica.

Baphomet é na verdade a esfinge do ocultismo, um hieróglifo que representa simplesmente o absoluto, é a figura do absoluto.

Todas essas representações já eram atribuídas a ele por muitos antes da fundação da Ordem Dos Cavaleiros do Templo da Salomão em 12 de junho de 1.118 por Hugo de Payens e Godofredo de Saint Omer.

Dentro do Templo nunca foi encontrado nenhuma estátua de baphomet, encontraram apenas bustos e que assemelhavam-se a uma mulher, a representação da justiça e era chamada pelo nome. Todos perseguidos e destruídos por fins políticos e não religioso.

Passaram-se quase 900 anos e ainda não ouvimos um pedido de desculpas da santíssima igreja, nem pelo selo, nem por Baphomet , nem pela Ordem e nem pelas mortes.

Será que um dia ouviremos um pronunciamento de um papa qualquer?

“Si fixum solvas faciasque volatile fixum”

“Et volucrem figas, faciet te vivere tutum”

No caminho das altas ciências, não convém empenhar-se temerariamente, mas, uma vez em caminho, é preciso, chegar ou perecer. Duvidar é ficar louco; parar é cair; voltar para trás é precipitar-se num abismo.

Eliphas Levi.

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